quinta-feira, 12 de junho de 2014

Galáxia.

Sobre as pintinhas pelo seu corpo que acho tão sensual.
Eu as quero pra mim. Quero interliga-las e fazer com que se transformem numa galáxia. Quero que sua boca seja a minha perdição. Que eu sempre caía em tentação, amém. Quero seus cabelos cobrindo o meu rosto, como se fossem cortinas. E eu sua janela, sua sala, seu lar. Quero sentir seu calor. Suas mãos nas minhas. Teu sussurro se dissolvendo ao meu. Quero a confusão de não saber aonde o meu corpo começa e o seu termina. Quero aquela troca de olhares devoradores, como se tudo fosse pra sempre. Como se o mundo valesse a pena. Como se o medo não existisse. Nem a covardia. Quero esse poder de me sentir herói. Quero ser seu porto. Sua chegada, mas nunca sua partida. Eu quero.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Uma garota se apaixonou por mim

Me disse que adorava meu jeito de me atrapalhar quando falo e articulo. E que achava curioso, porque, mesmo eu não sabendo me expressar da melhor maneira, eu escrevia. Ela me disse que isso era incrível. E que fazia tempo que não conhecia pessoas incríveis. Ela pegou meu guarda-chuva emprestado e andou comigo quando a chuva caiu. Disse que teria que ir embora, mas iria me levar até o ponto. Me olhava com uma curiosidade estupidamente intrigante. Eu não sabia o que falar. O ônibus chegou e nós entramos, não tinha acentos disponíveis, ficamos assim, de pé. Ombro contra ombro. Ela me contou que adorava o jardim na frente de sua casa, e disse que falava com as plantas. Eu ri, debochando. Mas achei a coisa mais fofa do universo. Falei que minha casa mais parecia um zoológico do que não sei o que. E brinquei, dizendo que capaz deu matar os bichinhos de tanta bagunça que fazem. Ela se apavorou. Me olhou como se eu fosse uma idiota. E eu sou, culpá-la porque?Pairou um clima estranho dentro daquele ônibus e infelizmente tentei reparar o que eu fiz, fazendo com que assim, a situação ficasse quase pedante. Ela me disse que o ponto dela era ali, no próximo. E nos olhamos por três segundos. Por um breve momento, pensei que iria me beijar e eu não saberia o que fazer. Mas ela só me fitou. Disse tchau e me deu um beijo na bochecha. Eu estava toda descompassada, não sabendo o que sentia, nem o que deveria sentir. Era uma montanha-russa de sentimentos variados. Desocupou-se um acento e eu sentei. Sorri de canto e resmunguei "não acredito que aceitei vê-la, caramba" e dali dois minutos, ou menos, ela me mandou uma SMS: Acho que não posso mais te ver. Eu me assustei por segundos, esses segundos foram os cruciais para eu me crucificar e me xingar de tudo quanto é nome "Tu não faz nada certo" e logo depois, perguntei o porque?Porque você não poderia mais me encontrar?E eu coloquei os fones de ouvido. Naquela época, eu escutava Screamo e a gritaria me acalmava. Ela respondeu "Porque acho que tô apaixonada por você". Não levei a sério. Não a levei a sério. Eu disse "Ah... Tu merece alguém melhor, mais interessante, eu não sou interessante" "Você é a pessoa mais interessante que eu já conheci" mas eu esnobava. Me ligava e eu entrava em pânico. Não estava preparada para amadurecer daquela maneira. Não estava preparada para pensar e se. Não estava. E ela se apaixonou por mim. E eu neguei. Neguei. Neguei. Me pediu em namoro via SMS, e eu continuei negando. Queria me presentear com um filtro dos sonhos que tinha feito, e eu sempre dava bolo de encontrá-la. Estava com medo. Pedia para sair comigo pra ir no cinema, eu negava, dizendo que não. Não dava. Tinha faculdade. Tinha minha mãe. Tinha minha dúvida. E ela se apaixonou por mim. Me contava sobre a desilusão amorosa que teve com um guri, com uma guria, e eu ouvia, dava conselhos, acalmava. Dizia que queria ficar comigo, e eu negava. Me chamava de bonitinha e bobinha. Me mandava músicas do Los Hermanos para escutar, mas eu gostava de Metal. Ela se apaixonou por mim. E eu me apaixonei pelo não. Não conto essa história assim, do nada, pra ninguém. Mas é que, enxuguei a louça escutando Los hermanos e ela me veio quase como um tiro. Mas shhh, é segredo. Mas uma garota se apaixonou por mim.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Um dia aí.

Me sento em um dos bancos da praça. E o meu primeiro pensamento, é: O peso do nada, ás vezes pesa mais que um chumbo. Coloquei os fones de ouvido e no aleatório a primeira música escolhida foi Centralia, do William Fitzsimmons (um nome difícil de escrever e mais difícil ainda de pronunciar). Na música, há um trecho no qual me identifico mais que tudo, "Would you bend these bars, that hold you, keep you from the peace and stillness come" (Quer dobrar essas barras, que os mantêm, mantê-lo a partir da paz e quietude vêm). Naquele momento, me senti sozinha. Como se só eu e as árvores existissem. Comecei a observar as pessoas que passavam, pareciam estar em um universo totalmente paralelo ao meu. Pareciam que viviam. Que tinha algum objetivo, sem ser aquele pelo qual eu sempre vinha. Elas corriam com suas roupas de ginásticas ao lado dos seus cães surpreendentemente parecidos com eles próprios. Outros, só estavam passeando com os cachorros, sem maiores pretensões (tirando a parte de exibi-los por causa de sua raça rara e cara.- Estou me referindo aos cães, se você por algum momento se confundiu). Suspirei, mais um dos incontáveis suspiros pesados que carrego comigo. A questão era que, eu me sentia deslocada, fracassada, invisível, sem fé e sozinha. Odiava me sentir sozinha. A solidão nunca foi uma boa companheira para mim. Ela sempre caçoa da minha fragilidade e hipocrisia. "Eu não preciso de ninguém, eu agarro a solidão e danço", tudo bobagem acumulada em mais bobagens. Eu não combino com ela, sabe? Meu ritmo não segue o seu ritmo. E ela de alguma forma, me abraça e me consola. Diz que para tudo ela estará lá. Mas eu não quero ter que precisar dela novamente. O seu vício é o pior de todos. Nós nos tornamos as pessoas que nós prometemos nunca nos tornarmos. Começamos a nos repelir de nós mesmos. A sentir nojo das nossas manias, a pensar e pensar em tudo que poderia ter sido diferente. E a gente começa a se sentir incapaz de nos socializar com outro ser humano, porque começamos a pensar que nós não levamos jeito para isso. E ela de repente, está comigo em seus braços novamente, me ninando como se eu fosse sua princesinha. E eu não a quero mais. Em grande parte, ela também leva a fé e traz a terrível da incredulidade. A gente passa a duvidar de todos, da fé, das pessoas, do nosso próprio ser. Um dos motivos que me fizeram chegar até aquele banco, fora o de me sentir incapaz. Como se as coisas para mim, dessem errado. Como se a minha vida, estivesse riscada e invertida e estragada e sutilmente azarada. Os erros, ás vezes nos fazem crer que nós nunca seremos bons para nada. O fracasso contínuo desanima cada partícula do meu corpo. A fadiga que comecei a sentir naquele banco de praça, estava relacionada a todas as coisas que não percebi, que deixei passar. Sou um poço de inquietação, portanto, só aguentei ficar menos de quinze minutos ali. Me levantei, peguei a minha garrafinha d'água que tivera matado, e me direcionei ao lixo. Parei. Olhei para todos os lados, o motivo?Não sei qual foi. Talvez eu deva ter algum parafuso a menos, afinal. Joguei a garrafinha e comecei a andar rumo em direção a cidade. Me despedi da praça, mas não me virei para dar um tchau á altura. Comecei a descer a rua e uma mulher na minha frente, estava com um cigarro cuidadosamente manuseado em uma das mãos. Eu o fitei, e fitei a moça. Eu poderia ser ela em outra vida. Observei seu jeito de tragar e sua elegância quando o fazia. Deixei que ela fosse mais rápida que eu ao andar, queria poder observar mais. Parei numa barraca de revistas e perdi ela de vista. Pensei em perguntar para o jovem bonito se tinham cigarro, mas desisti da ideia. Travando uma luta tremenda com os monstros dentro de mim. Retomei o mesmo caminho que estava andando, desci mais uma rua e mais uma praça, essa, tinha as prostitutas e os executivos mal de vida. Ou bem de vida. Se formos levar em consideração a quantia do bolso. Mas não a do coração. Que besteira. O que estou dizendo?O meu coração está mais nublado do que não sei o quê. E eu ainda julgo-os, como se minha vida fosse de risinhos e paz e amor e felicidade. Que besteira. Prossegui. Tinha mais uma barraca de revistas e resolvi encarar e apertar a mão do monstro interior. Ao diabo, não sei ao certo o que aconteceu. Mas, eu sai de mim. Como se, eu não tivesse autoridade sobre mim. Fui até a banca, parei em frente ao senhor da banca e disse "Vocês tem cigarro?", ele me olhou com desdém e não hesitou em falar "Não moça, a gente não trabalha com isso", eu balbuciei um "Ok" e sai. Comecei a andar novamente, meus pés falavam por mim. Tomavam as atitudes por mim, e eu enfim, deixei-os me levar. Resolvi ir para casa e subi uma rua, fingi pegar o celular e fazer uma cena que envolvia diálogos com a pessoa que supostamente estivera comigo na linha. É claro que não havia ninguém. Repetindo: Talvez eu deva mesmo ter um parafuso a menos, afinal. Só sei que, em um dado momento, comecei a discutir com a pessoa no celular e a chorar. Dizendo coisas sem sentido, com uma pessoa que nem existia, tudo um grande belo teatro masoquista. Menos o meu choro. A cada passo dado, eu começava a chorar mais. As pessoas que passavam por mim, olhavam com olhares assustados, roendo as unhas interiores para saberem o que será que tinha acontecido ou o que estava acontecendo com aquela pobre jovenzinha acima do peso, tão abatida. Enfim, cheguei ao terminal. Exibindo o meu completo abandono e a minha impaciência pelo ônibus, como se eu tivesse uma vida a ser vivida, como se eu tivesse acabado de sair do trabalho e estivesse morrendo de vontade de chegar em casa, tirar os sapatos e dormir. Peguei o ônibus, estava lotado. Não me importei de ser espremida entre todas aquelas pessoas cansadas de tanto trabalhar e com suores. Eu me sentia viva perto deles. Novamente: Talvez eu deva ter um parafuso a menos, afinal. Desci do ônibus. E me direcionei para o caminho que dava a minha casa. Parei em frente ao portão, suspirei de novo aqueles meus suspiros pesados. Eu tinha um estoque deles. Menos um, não faria falta. Minha irmã me perguntou, logo quando entrei pela porta da frente "Chegou cedo em casa", me olhando com certo receio de que já sabia o que tinha acontecido, respondi "É, eles liberaram mais cedo", mas minha expressão vacilou. Fui até o meu quarto, e deitei na cama. Não pretendia sair dali tão cedo.

Ponto.

Ele me disse adeus. Finalmente, depois de cinco anos, ele disse. Não havia nenhuma emoção em sua voz, apenas: o eco. O amargo que aquelas palavras trouxeram para seus lábios. Eu só consegui o fitar. Com os olhos inebriados de uma paralisia assustadora. Queria lhe dizer todas as coisas que guardara para proferi-las naquele exato momento, mas minha garganta hesitou.Não consegui emitir um ruído sequer. Ele me olhou como quem se decepciona, pegou sua jaqueta e abriu e fechou a porta com um movimento brusco. E quanto a mim, só servi para ficar ali, plantada de pé, olhando para o ponto em que minutos antes, ele estivera. Um desconforto e um gosto metálico repousou em mim. E as lágrimas reprimidas que deixava guardadas apenas para mim, finalmente começaram a descer. Sentia como se tivesse uma cachoeira dentro das orbitas e um tornado dentro do peito. Não era uma sensação fácil de conter. E de repente, eu estava assim: Totalmente exposta, para Deus e o mundo ver. Parecendo que a qualquer momento, minha pele iria se rasgar. Comecei a considerar, a ideia de me rasgar de dentro para fora. Mas eu teria que me mover, e isso exigia esforço demais para mim. O máximo que conseguia fazer naquele momento, era me enrolar em mim mesma e dormir até que o meu peito não estivesse se despedaçando. Fechei os olhos e pensei: Talvez pela manhã, essa dor diminua e percebo que estou exagerando na dose. Mas uma voz dentro da minha cabeça, me grita de volta "Você sabe que não está" e eu infelizmente, tenho que concordar com ela. Talvez quando acordar, eu comece a sentir que tivera tido apenas um sonho ruim e que logo, eu iria esquecê-lo e recomeçaria minha rotina novamente. Tudo no seu devido lugar.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Um brinde a renovação.

Brindei com copo de requeijão. Mas é a mesma coisa, se você tiver em mente focar apenas o motivo. E o motivo nada mais é, do que: Do zero, de novo. Renovação. Mudança. Ano novo, vida nova. E paz e saúde e amor e prosperidade. Todos os clichês possíveis existentes. O motivo do brinde, é a chance de me abrir de dentro pra fora, e me auto fazer novamente. Com uma nova essência, espírito. Deixar para trás aquele pessimismo de "Vai dar errado", mas também não criar ilusões absurdas. Enquanto o ponteiro anunciava meia noite, e os fogos de artificio vistos da frente da minha casa, comecei a pensar que queria mudar tudo. Mudar. Fechei os olhos por dois segundos e senti a mudança me chicotear. Ou foi isso, ou foi minha prima, na tentativa vã de me assustar. Esperança, é coisa séria. Nós colocamos muitos ideais, sonhos, projetos e desejos e esperamos cumpri-los. Minha lista de 2013, foi uma droga, sinceramente. Visei a parte fútil (fazer uma tatuagem, encontrar-me com Daniel, beber até cair, ganhar dinheiro. - Não que eu não queira faz uma tatuagem. Eu ainda tenho isso em mente), nesse ano, vou pedir paz de espírito. Sem paz, não haverá grandes realizações, tanto no lado profissional, quanto no pessoal. Não haverá mudanças. E não haverá descobrimentos. E eu quero me descobrir mais nesse ano. Não me isolar. Mas conviver, saber o que a outra pensa, questiona, vive. Quero ser um ser humano sociável. Mas com paz de espírito. Aquele com que você se depara e logo entende, que sim, ele é diferente. Não vou visar igreja, mas sim Deus. Deus, por favor, seja o centro de todas as coisas nas quais irei fazer. Quero escrever mais, registrar. Tirar mais fotos. Ler mais. Adquirir mais conhecimento. Não faltar com a verdade, por mais que ela doa. Ser totalmente liberta do passado, ser, ser, ser!
Minha primeira postagem, para ninguém ler. Você está bem 2014?Vou usufruir de você e você vai me agradecer.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Eis aqui, o meu vômito do ano inteiro:

Sabe, faz algum tempo que deixei de escrever. Não sei ao certo o porque. Ou talvez saiba, só não consiga permitir-me admitir. Vi tantas coisas, que gostaria de não tê-las visto. Vi muros marcados pelo sangue e pelo ódio. Pela rivalidade, pelo desamor. Digo desde já, que tive que me conter para não virar o rosto na direção contrária ao muro. Esse ano, o muro das lamentações, esteve em todo o canto. Não só em Israel. Esteve em cada esquina. Em cada quarteirão. Em cada viela. Me dispus a enxergar o mundo como ele realmente é; sem aquelas falsas fantasias, e pisca piscas brilhantes. Vi o que eu sou capaz de fazer. E como o ser humano, é fraco. Doente. Miserável por atenção. E miserável, só por ser. Queria poder ter a chance de voltar a ter os olhos vendados, imunes da visão deteriorada, castigada, humanizada. Tem dias que eu me contenho para não gritar: "Me coloquem novamente á redoma de vidro". Pelo menos lá, eu tinha sossego. Tinha aqueles sonhos de criança. Aquela inocência. E aquela falta de conhecimento, sobre o que realmente acontecia fora da redoma. Tive inúmeras primeiras experiências, que não mentirei: Me desapontaram. Ou eu que não estava pronta para assumir tal papel. O primeiro beijo, foi esquematizado. Sem romance. Sem mãos suando. Coração acelerando. Borboletas no estômago. Foi o só. Primeiro emprego, foi um dos que viriam a seguir. O primeiro de muitos fracassos. Primeira solidão, de fato. Aquela solidão em que eu ouvia e lia, era tão mais bonita, menos agonizante. Primeira falta de inspiração. Eu realmente achei que o mundo fosse como nos livros que eu lia quando tinha quatorze anos. Primeira dúvida. Sobre tudo. Sobre mim, sobre ele, sobre eles, sobre nós, sobre o futuro, sobre o presente, sobre o passado. Sinto-me desvendando o que há dentro da caixa de pandora. Não há mocinhos de cinema nos corredores da faculdade. Não há pessoas no poder, honestas e generosas. Não há paz de espirito. Não há, não há e não há. Talvez eu esteja focando em apenas uma parte da caixa. Mas me tornei míope para enxergar o restaste. Talvez, possa ter a esperança. O sonho realizado. A felicidade, pode estar enrustida no cantinho da caixa, só esperando para ser observada. Mas no momento presente, eu não a vejo. Na maioria das vezes, penso se foi o mundo que deixou de ser o que era. Ou se ele simplesmente sempre fora assim. Ou fui eu que mudei de dentro para fora. Não sei ao certo. Tudo é uma grande dúvida. Um grande questionamento. Uma grande incerteza. Sobre o nada, sobre o tudo, sobre a metade de tudo. E sobre a metade do nada. Se ser sábio, é significado de ser isolado. Só sei que, prefiro ser um analfabeto. Mas é claro, nem sábio sou. Quem dera. Só sou, uma das milhares de mentes que pensam, que tumultuam, que pensam de novo, que questionam, que ecoam, que sofrem de dúvidas de segundo á segundo.